quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Antonieta!

"...andando pela rua com meu violão, foi quando ela eu encontrei. Era de noite. Perto da faculdade. Não sei ao certo se estava sozinho ou se tinha alguém comigo.

   Pra falar a verdade, não me lembro exatamente como a encontrei, lembro apenas que ficamos um do lado outro por um bom tempo, por boa parte da noite.
   Ficamos sentados numa calçada e começamos a conversar. Não me lembro se ela perguntou o meu nome, mas me lembro que quando ela disse o dela eu ri, ri muito. Porém ela não ficou chateada, ela gostou, ela achou engraçado eu ter achado engraçado o nome dela. Ela me achou um cara legal, divertido. Ela estava se sentindo bem ao meu lado e eu também. Seu nome: Antonieta, um nome normal, mas pouco comum pra mim, um simples nome que me fez sorrir muito.
   Mas nessa noite não ocorreu só isso, só esse caso positivo, ocorreram outros também, outros positivos e negativos. Nessa noite, eu estava com medo, com medo da morte, eu estava sentindo que ia morrer e nem passou pela minha cabeça que isso poderia ser coisa da minha cabeça. Eu tentei dormir, talvez assim a minha “possível” morte poderia ser mais suave. Lembro-me que tinha um jipe amarelo que eu tentei dirigir, mas não me lembro do porque que eu fiz isso. A madrugada foi se passando e o vazio veio entrando, talvez minha morte estivesse realmente chegando.
   Então, sentado na calçada conversando com Antonieta, olhando os seus olhos, seu rosto, seu cabelo meio ruivo. Ela começou a me dizer coisas que me fizeram pensar se valeria realmente a pena morrer naquele dia, se valeria a pena deixar os amigos, os familiares, os sonhos. Depois de alguns instantes , vi que não valeria a pena mesmo, que era bobagem abandonar tudo assim, do nada.
   O dia já estava quase chegando, eu já estava me sentindo mais tranquilo, ela (Antonieta) me ajudou a ficar bem. De repente ela me beijou e nisso um colega meu pediu o violão emprestado, ela disse que ia apenas afina-lo, quando olhei do lado, Antonieta já não estava mais lá.
   A madrugada acabou e eu aqui acordei (pois tinha que ir trabalhar), fiquei pensando no porque que meu colega pediu o violão apenas para afinar sendo que eu nem estava tocando, e no decorrer do dia fiquei com o leve beijo de Antonieta na memória..."

(Gabriel M.)
 

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